Published On: 9 de Julho de 2025Categories: Plant Engineering, Rentabilidad, Valorização

Num contexto marcado pelo aumento sustentado da procura de energia e pela urgência de reduzir os resíduos que acabam em aterros, a bioenergia consolida-se como uma das alternativas mais estratégicas para a transição para uma economia circular e de baixo carbono.

Um horizonte impulsionado pela transição energética

O processo de descarbonização global colocou o foco nas energias renováveis capazes de oferecer não apenas sustentabilidade, mas também estabilidade e flexibilidade. Neste contexto, a bioenergia destaca-se como uma das poucas fontes renováveis verdadeiramente manejáveis e armazenáveis, capaz de gerar eletricidade, calor e combustíveis sustentáveis a partir de recursos biológicos.
Isto é confirmado pelo relatório setorial da ACCIÓ (junho de 2025), que coloca a Catalunha como uma das regiões com maior potencial de desenvolvimento neste domínio, graças à sua abundância de recursos biogénicos e a um tecido empresarial cada vez mais especializado.

O relatório identifica um crescimento significativo no sector, com 365 empresas, um volume de negócios de 872 milhões de euros e mais de 2600 postos de trabalho até 2023, bem como uma liderança clara na biomassa sólida e um desenvolvimento acelerado do biogás e do biometano. Destaca também as principais tendências, como a emergência de novas tecnologias (pirogasificação, gaseificação hidrotérmica, metanização), a diversificação dos modelos de negócio e a convergência com aplicações emergentes, como o hidrogénio verde e os combustíveis sustentáveis para a aviação (SAF).

Além disso, a avaliação comparativa internacional incluída no relatório destaca iniciativas europeias como a Bioeconomy for Change (França) e sublinha a importância de modelos territoriais descentralizados, da participação do sector primário, da inovação tecnológica e de estratégias para conseguir uma maior aceitação social. A Catalunha tem uma oportunidade estratégica para se consolidar como um hub de bioenergia à escala europeia, e Bianna posiciona-se como um ator chave para concretizar este potencial.

Neste cenário, a valorização energética da matéria orgânica e dos resíduos sólidos é fundamental para cumprir o Pacto Verde Europeu e a Diretiva RED III.

Que tipos de bioenergia existem?

Dentro da vasta gama de fontes de bioenergia, existem duas principais:

  • Biomassa sólida: são materiais como os resíduos florestais e agrícolas, as podas urbanas ou os subprodutos da indústria alimentar. A sua utilização térmica e eléctrica é realizada através de caldeiras industriais ou sistemas de cogeração.
  • Biogás e biometano: gerados a partir de resíduos orgânicos (chorume, resíduos alimentares, lamas de depuração), estes gases renováveis podem gerar eletricidade, calor ou ser injectados na rede de gás natural após um processo de purificação.

Ambos os tipos estão em pleno desenvolvimento na Catalunha, com a biomassa sólida já consolidada e o biogás a crescer rapidamente graças ao potencial das matérias-primas e às infra-estruturas de gás existentes.

Tecnologia e Soluções para a Bioenergia Sólida

Na Bianna, após a integração da Sugimat, empresa especializada em caldeiras industriais, estamos a trabalhar decididamente para a valorização da biomassa sólida, um dos pilares mais robustos e maduros do ecossistema bioenergético europeu. Através das nossas soluções tecnológicas e da experiência acumulada, oferecemos projectos chave na mão adaptados a múltiplos sectores e indústrias. Para articular esta linha de trabalho, fazemo-lo através das seguintes tecnologias:

  • Instalações de tratamento de resíduos que nos permitem produzir biomassa sólida de qualidade a partir de diferentes fontes.
  • Caldeiras industriais desenhadas e fabricadas por Bianna Sugimat para a geração térmica e eléctrica de alta eficiência.
  • Sistemas avançados de pirólise e gaseificação.

Uma proposta diferenciada: para além da madeira

Enquanto muitos operadores do mercado centram a sua atividade na biomassa de origem florestal, na Bianna ampliámos a nossa capacidade para processar uma grande variedade de resíduos sólidos, não só de origem florestal: pó, MDF, casca de pinheiro, choupo, aparas de madeira, aparas, resíduos de poda, resíduos de algodão, cascas de arroz, pellets de madeira, palha, bagaço, caroços de azeitona, estrume de aves ou até digestores de biometanização.

Esta versatilidade permite adaptar as soluções energéticas à disponibilidade local de recursos, optimizando a logística e a rentabilidade.
Além disso, graças à integração da Sugimat na Bianna, com a sua vasta experiência no mercado, oferecemos soluções de cogeração à medida, combinando eletricidade e calor a partir de biomassa sólida. Estas instalações permitem uma maior eficiência energética e são ideais para indústrias com elevadas necessidades térmicas ou para redes de aquecimento urbano.

Projectos de referência

A nossa tecnologia já está presente em projectos estratégicos na Catalunha, fornecendo soluções tangíveis para o desafio energético:

Nufri (Mollerussa)

A BIANNA forneceu duas caldeiras de vapor saturado alimentadas a biomassa lenhosa, que produzem 20 e 30 toneladas por hora. Utilizam biomassa de várias origens, incluindo a poda das próprias culturas de Nufri, o que fecha um ciclo virtuoso. O vapor gerado é utilizado no seu processo industrial, optimizando assim a utilização da energia e reduzindo a dependência dos combustíveis fósseis.

Aldhara (Ivars d’Urgell)

A BIANNA forneceu uma câmara de geração de gases de combustão de policombustível. Este equipamento permite a secagem de diversas culturas como forragens, por exemplo, alfafa e silagem de milho. A sua caraterística “policombustível” é fundamental, pois permite trabalhar com diferentes tipos de biomassas, como resíduos agro-industriais e lenhosos, proporcionando à Aldahara a independência necessária para prescindir completamente do gás natural no seu processo de secagem, o que se traduz em importantes benefícios económicos e ambientais.

Termosolar Borges (Les Borges Blanques)

Este projeto pioneiro combina a produção de eletricidade através da concentração solar com a combustão de biomassa florestal. Esta biomassa provém da manutenção e da poda das florestas locais, assegurando uma fonte sustentável. No centro desta integração estão caldeiras de óleo térmico de biomassa de alta temperatura, concebidas para fornecer energia de forma eficiente e contínua. Esta combinação permite manter a produção de eletricidade mesmo quando o recurso solar não está disponível, maximizando as horas de produção renovável.

Configuração tecnológica comum

Estes casos partilham uma base tecnológica sólida:

  • Pré-tratamento mecânico dos resíduos.
  • Caldeiras de biomassa de última geração.
  • Possibilidade de instalar um sistema de captura de CO2 (Carbon capture ready) que permitiria emissões negativas de carbono e a sua utilização em e-combustíveis, SAF e e-metanol quando combinado com a produção de hidrogénio verde.

Um modelo catalão com projeção peninsular e europeia

Os êxitos alcançados na Catalunha não são anedóticos: podem e devem ser reproduzidos noutras regiões de Espanha e do continente. As chaves do modelo – diversidade de resíduos, eficiência tecnológica, viabilidade económica – são perfeitamente exportáveis para zonas com uma forte presença agroindustrial, florestal ou pecuária.

A nossa vocação internacional ao trabalhar com parceiros de outros países, que procuram adaptar as nossas soluções aos seus próprios territórios, contribui para a expansão de uma bioenergia mais inteligente, descentralizada e sustentável.

A bioenergia já não é uma promessa, mas uma realidade tangível.

Na Bianna, continuamos empenhados em soluções que combinam tecnologia, sustentabilidade e rentabilidade, convencidos de que os resíduos de hoje são a energia limpa de amanhã.