Published On: 26 de Fevereiro de 2025Categories: Plant Engineering, Valorização

Resíduos, energia, matérias-primas e formas de os valorizar. A verdadeira economia circular.
Tanto a nível industrial como individual, geramos diariamente toneladas de resíduos que podem acabar em aterros ou em sistemas de reciclagem.
Sabemos agora a dimensão do problema, mas estaremos realmente a fazer a melhor gestão possível desses resíduos?

Quanto lixo geramos e quanto pode ser valorizado?

De acordo com vários estudos, um lar médio gera entre 1 e 2 kg de resíduos por pessoa por dia. Segundo dados do Eurostat, no caso de Portugal, em 2022, tivemos uma produção de 515 kg por habitante ao ano (o que equivale a uma geração entre 1 e 2 kg de resíduos por pessoa por dia).

Fonte: Eurostat [env_wasum] – dados mais recentes disponíveis (2022)* Irlanda (2020), Chéquia e Grécia (2021).

Source : Eurostat [env_wasum]- dernières données disponibles (2022)*Irlande (2020), République tchèque et Grèce (2021)

Por outro lado, as empresas geram anualmente toneladas de resíduos, variando consoante o setor.

De acordo com os dados mais recentes publicados pelo Instituto Nacional de Estadística, a distribuição destes resíduos pode ser classificada em três grandes grupos:

  • Resíduos orgânicos industriais (subprodutos agrícolas, resíduos da indústria alimentar, lodos de estação de tratamento, etc.): representam uma grande fonte de biomassa e podem ser aproveitados para a produção de biogás ou composto.
  • Resíduos inorgânicos recicláveis (metais, plásticos, papel, cartão, vidro): São altamente valorizáveis através da reciclagem e reutilização, contribuindo para a economia circular.
  • Resíduos não recicláveis ou perigosos (resíduos químicos, solventes, óleos usados, materiais contaminados): Alguns podem ser transformados em combustíveis derivados de resíduos (CDR), enquanto outros necessitam de tratamento especializado.

Uma parte significativa destes resíduos pode ser valorizada, seja através da reciclagem ou do aproveitamento energético.

De resíduo a combustível: é viável?

Os resíduos podem ser transformados em energia de várias maneiras:

  • Biogás: Os resíduos orgânicos, ao serem decompostos na ausência de oxigénio, geram metano, um gás que pode ser usado como combustível para a produção de eletricidade ou calor.
  • Conversão em energia: Alguns resíduos não recicláveis podem ser incinerados em plantas de valorização energética, gerando eletricidade e calor. No entanto, essa prática deve ser realizada com controles rigorosos para evitar emissões poluentes.
  • Combustíveis derivados de resíduos (CDR): Alguns resíduos, como certos plásticos, papéis, cartões, madeiras e têxteis, podem ser transformados em combustíveis utilizados em fábricas de cimento e outras indústrias.
  • Conversão em novos materiais: Existem materiais (principalmente poliolefinas) que podem ser reconvertidos através de processos químicos para os seus formatos primários, podendo ser utilizados como hidrocarbonetos ou como matérias-primas químicas para a produção de novos produtos plásticos.

Que resíduos são valorizáveis?

Nem todos os resíduos podem ser aproveitados para produção de energia. Resíduos perigosos, como baterias, produtos químicos ou certos plásticos contaminados, requerem um tratamento especializado

Existem planos setoriais para alcançar uma economia circular até 2050 na Europa, diferenciando as principais áreas de trabalho, como:

  • Plásticos
  • Têxteis
  • Produtos eletrónicos e de IT

Para cada um desses setores, devem ser aplicadas soluções específicas que proporcionem um alto grau de retorno.

Para as empresas, gerir os resíduos de forma eficiente não é apenas uma responsabilidade ambiental, mas também uma oportunidade económica. Implementar estratégias de valorização permite reduzir os custos operacionais, minimizar o impacto ambiental e contribuir para uma economia mais sustentável.

Atualmente, ainda há uma grande quantidade de resíduos sendo destinados a aterros
sanitários.

A chave está em otimizar os processos de separação, promover a reutilização e colaborar com plantas de gestão de resíduos que maximizem o aproveitamento energético. Em última instância, os resíduos industriais podem deixar de ser um problema e transformar-se num recurso valioso.

Na Bianna, trabalhamos na valorização através das diversas vias que a tecnologia atual permite, além de investirmos continuamente no desenvolvimento de avanços que aumentem a nossa capacidade de valorização.

Sob um modelo de economia circular, projetamos e integramos linhas específicas para a valorização energética ou material, com o objetivo de produzir energia térmica e elétrica ou obter novas matérias-primas que garantam a circularidade do processo.

Temos uma visão global do processo e das vias de gestão. No entanto, mantemos uma abordagem holística, ou seja, cada situação exige uma estratégia única. Uma empresa pode precisar apenas de uma segregação por materiais para aumentar o valor económico no mercado. No entanto, para o mesmo fluxo de materiais, outra empresa pode necessitar de uma produção energética que assegure (ou minimize) a sua exposição às flutuações no valor da energia nos mercados atuais.

Desde a análise até à implementação da solução, trabalhamos para cumprir a nossa visão: ser uma empresa de referência no design, fabricação e implementação de soluções para a gestão de resíduos.